Viajando com o Vectra
Finalmente uma viagem com o carro depois de muitos anos. A última foi em 2010 pelo sul do país.
Tudo de pendência na parte mecânica foi resolvido, inclusive troca de alguns componentes preventivamente, como a bomba de combustível.
No dia anterior à partida, fui abastecer para sair com o tanque cheio. Saindo do posto, um motoqueiro me avisa: “Brother, tá vazando muito combustível aí”. Caramba, que hora pra dar problema.
Encostei em um estacionamento, puxei o banco e a tampa. Estava jorrando combustível pela tampa da bomba. A porcaria daquele anel de vedação saiu da posição na última montagem e não vedava mais.
Ainda bem que já estava com os apetrechos no carro. Liguei uma mangueira à saída da bomba em um galão e acionei manualmente fazendo um jumper na tomada do relé. Esgotei por volta de 5L para evitar que vazasse pelo topo do tanque. Isto era por volta de 17:20. Fui em disparada até o setor de autopeças para conseguir uma nova vedação e encontrei quase que de primeira. Agora rumar pra casa e trocar esta peça, que é um parto. Levei bem umas duas horas até conseguir encaixar. Por via das dúvidas, não mandaria encher totalmente para evitar contratempos.
Dia seguinte saí cedo, com previsão de chegada a São Paulo capital no início da noite.
Viagem super tranquila pelas BR 040, 050 e SP 330. A cada abastecimento conferia pelo menos se a água não estava abaixando, tudo normal
Parada próximo a CampinasNo acesso à Marginal Tietê, 1.000km.Após curtir o show do Iron Maiden na cidade, rumamos para Curitiba. Outra perna super tranquila, debaixo de uma fina garoa durante todo o trajeto na Regis Bittencourt
Pausa para comprar produtos coloniais, já no ParanáPara o retorno, decidimos que iríamos passar por uma estrada que passei a muitos anos com meus pais, a SP-079, que tem um visual muito bacana. Seguiríamos pela Régis até a cidade de Juquiá, e seguiríamos este caminho alternativo pelas cidade de Taperaí, Sorocaba e Itu, até retornar ao caminho “normal” em Campinas.
Esta estrada é muito frequentada por passeios de moto. A conservação não é exemplar, com muitos remendos, mas ali normalmente se anda a baixas velocidades.
Pegamos muita, mas muita chuva um pouco antes de chegar à divisa SP/MG, e a noite caiu ao passar pela cidade de Uberaba. O descanso programado seria em Uberlândia, a próxima cidade na BR-050.
Assim que saí do perímetro urbano de Uberaba, numa longa descida, avistei ao longe a sinalização laranja informando obras na pista. Tirei o pé do acelerador e deixei o carro rolar, perdendo velocidade naturalmente. No final desta descida havia uma ponte ou algo que formava aquele pequeno degrau na pista. E neste degrau foi onde tomei um dos maiores sustos que ja tive ao volante.
Assim que a suspensão comprimiu e abriu para fazer o “salto”, o carro guinou violentamente para a direita, invadindo a faixa ao lado. À medida que fui perdendo velocidade, fui tentando entender o que aconteceu. Óleo do processo de recapeamento? Não faz sentido, logo na minha frente havia um carro que continuou viagem. Pneu que destalonou da roda? Talvez..
Parei no acostamento e olhei os quatro pneus, todos intactos. Segui pelo acostamento a baixa velocidade até encontrar uma área mais aberta para estacionar com mais segurança. Nos 500m que rodei, o carro estava completamente bobo, com muita dificuldade de andar em linha reta. “Deve ter sido um terminal de direção, só pode”, fui pensando. Encontrei um acesso de uma fazenda que tinha área bem ampla.
Desci e pedi para minha esposa esterçar o volante para os dois lados. O lado esquerdo estava perfeito, e fui para o direito. Este lado a roda acompanhava o movimento do volante, mas parecia “solta”. Quando ela chegou no batente e iluminei dentro da caixa de roda, aí que eu vi o tamanho da M****. A balança havia se partido, proximo do alojamento da bucha traseira.
Bom, agora só restava acionar o guincho da concessionária, que nos transportou até o próximo posto (bem perto, coisa de 5km). Liguei para um amigo que mora em Uberlândia para avaliar minhas opções. Ele me falou “Arranja um guincho, manda pra Uberlândia que é uma cidade maior que Uberaba, pede pra deixar na porta da oficina. Estou indo aí te buscar”. Nisso aparece um guincho voltando para Uberlândia que me abordou (certamente ouviu a fonia do guincho da Eco050). Combinei com ele e assim ele foi, de prancha, nestes 90km.
Dia seguinte cheguei cedo na oficina, expliquei a situação. O dono me atendeu na mesma hora e já começaram a trabalhar no carro. De prejuízo, além da balança em si, o filtro de óleo que foi atingido pela semi-árvore ao manobrar e alguns ralados de pneu no para-barro. Frente à gravidade do que poderia acontecer, foi de graça! E ainda bem que foi em um trecho reto e seco! Nas curvas da Régis, na estradinha secundária sem muita infraestrutura, ou debaixo de chuva, seria muito pior.
Analisando a peça, pelo estado da corrosão no ponto de ruptura, concluímos que já havia uma trinca a um bom tempo que passou desapercebida, e ao sofrer os esforços se rompeu – e olha que nem foi uma pancada, seria uma atuação suave da suspensão. A quem possa interessar, a bandeja que lá estava era da marca Cofap e foi trocada pelo dono anterior. Quando vendemos o carro, as balanças ainda eram originais.
Saí em direção à Brasília por volta das 11h e cheguei em casa sem (mais!) sustos.
Só que nesta etapa da volta, o nível de água abaixava durante as paradas e a partida e o primeiro funcionamento estava ficando cada vez pior. Acabou por aí? Nããão… Mas fica pra outro post.